quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Desafios

O cliente precisava representar os diferentes tipos de fio existentes na fábrica, usados para confecção de toalhas de banho, de uma forma simplificada, mais gráfica, para ser apresentado em uma reunião com representantes de vendas. Teria que ser visualmente agradável, ao mesmo tempo que fosse fiel à realidade. Tínhamos isso, os fios reais e arquivos de cada um deles, mas de uma forma que não ajudava na diferenciação entre eles.

Depois de algum tempo, com a ajuda de um técnico têxtil e uma lupa, cheguei a este resultado, julgado ideal por todos os envolvidos no projeto.


O original era um guardanapo europeu com um desenho de tulipas em meio-tom. Visualmente muito bonito mas, uma vez escaneado, foi só aproveitado para layout, ou seja, o desenho foi definido a partir dele e precisava agora ser retrabalhado para que pudesse ser reproduzido com uma boa qualidade.

Somente o Photoshop não resolvia. Precisei apelar para o Corel Painter, mais artístico, para conseguir o resultado abaixo.


Infantil e Juvenil

Estes são desenvolvimentos para a linha de cama infantil e juvenil.

Estudos para um desenho de cama infantil. Abaixo, o produto final.


Outro desenvolvimento, para cama infantil masculina, com o tema de
cachorros, coordenado com as toalhas de banho.


Para a linha cama infantil feminina, estas meninas graciosas.


O juvenil masculino com o tema futebol...


...e o skate, mais radical.


Enquanto o rock foi o tema da cama juvenil feminina.


Desenhos para serigrafia

Alguns desenvolvimentos, também mais antigos, para serigrafia, área em trabalhei por mais tempo.



Artes para cama e banho.



Licenciado com separação de cores em meio-tom, técnica que permite variantes de cores, ao contrário da quadricromia. Um recurso mais demorado (não existe comando pronto de saída, tem que ser feito no braço, mesmo), mas bem mais eficaz para obtenção de cores exatas.



Outra estampa usando o mesmo recurso de meio-tom. Neste o cliente queria vários aviões que fizeram parte da frota em um só silk. Os originais eram fotos, nem sempre com boa qualidade. Depois do escaneamento e limpeza, cheguei ao layout que, aprovado, foi separado em seis cores, usando as cores do logo.



Artes para licenciados. Trabalhar com personagens é gostoso, mas às vezes a criatividade é limitada, porque todos passam por aprovação prévia do escritório responsável, que segue normas pré-estabelecidas.



Desenhos para surfwear.



Artes para o segmento juvenil masculino.



Juvenil feminino.



Um segmento gostoso de trabalhar: o público infantil.



Desenhos infantis femininos.



Um pouco de design gráfico


Alguns desenvolvimentos mais antigos, na área gráfica.


Uma embalagem para café, das idéias iniciais até o produto final.



Encartes para jogo americano e um dos jogos aprovados.



Um manual com dados técnicos e instruções de montagem. O próximo juro que faço no InDesign!



Desenhos para transfer litográfico e serigráfico.



Uma brincadeira com uma foto de jornal.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Design digital

Meu primeiro contato com um software gráfico foi com um equipamento da Lectra Systems, um CAD francês para desenho, logo substituído por uma lerda potente máquina DX4-100 com Corel 4 e o Photoshop genérico Photopaint. Pois é, no começo, a vontade era largar o mouse e fazer tudo manualmente, tal a dificuldade em fazer com que o software fizesse o que você queria. Mas como talento e teimosia não só andam de mãos dadas como provavelmente são casados, aos poucos conseguimos nos dar bem - eu e os softwares.
A maioria aprendi sozinho - os cursos vieram depois.
O domínio destes softwares nos leva à especialização, dentro de nosso trabalho. Mas especializar-se não é deixar de evoluir, refugiando-se numa maneira mais confortável, segura e previsível de fazer as coisas. A especialização pode ser a manifestação máxima da liberdade dentro dos limites, a partir do momento que passamos a conhecer tão bem aquilo que fazemos que somos capazes de nos mover com tranquilidade, criatividade e ousadia dentro dos espaços físicos ou conceituais que cada trabalho oferece.
Para conquistar essa liberdade, precisamos dar em troca muita qualidade, porque assim teremos confiança para saber e demonstrar que os resultados que oferecemos são adequados. Essa segurança se adquire com tempo, experiência, paciência e uma avaliação de nossos limites.
Temos a oportunidade agora de escolher o melhor software para executar determinado trabalho, ampliando as soluções para determinado problema. Estas soluções são tantas quanto são os bons profissionais e é nesse ponto que percebemos que o resultado de um trabalho é também o reflexo de nossos próprios limites naquele momento, seja na competência como no sentido de interesse e estilo.
O pior limite é aquele que nós mesmos impomos à criatividade!

Profissão: desenhista

Não tenho saudades desta época. Virou nostalgia e faz parte do passado. Era assim:  desenhos manuais com lápis, guache, nanquim e ecoline. O degradê (fumê) feito com escova de dentes contra uma régua, respingando tinta sobre o papel. Aerógrafo em trabalhos mais requintados, todos com máscaras recortadas protegendo as áreas que não receberiam a tinta. Para as ampliações dos desenhos usava-se um episcópio; mesas de luz para cópia de rascunhos e Letraset e Decadry para decalcar fontes. Separação de cores à base de abdek, canetas nanquim de várias espessuras sacudidas para fluir a tinta, tira-linhas para traços retos ou usados nos compassos furando o poliéster. Curvas francesas, esquadros, transferidores, réguas flexíveis, bisturis, pincéis de todos os calibres eram as armas diárias de trabalho.




Trabalhos realizados para decoração de uma das primeiras Oktoberfest.



Desenhos para estamparia feitos em um período free-lancer.



É... ser desenhista  necessitava de muito investimento e empenho!



Durante seis anos fiz desenhos para cama, mesa e banho.


Trabalhei desta forma durante muito tempo e a única coisa que ainda faço manualmente são os esboços, que me dão mais segurança no traço. Para que sofrer tentando desenhar com o mouse quando o mais fácil, rápido e sensato é usar uma lapiseira e capturar essa imagem com o escaner?


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Caricaturas

Até começar a trabalhar formalmente, continuei a fazer o que sabia, para sustentar minha faculdade de Administração. Colaborei com o jornal "A Folha de Blumenau" com charges. Era um jornal ainda editado e impresso em tipografia, com os desenhos feitos em clichê. Conheci pessoas bem interessantes neste meio.
Intelectuais, críticos, escritores e artistas que se encontravam em almoços ou feijoadas em que a conversa fluia despreocupada com tempo e espaço.






 


 


Depois disso, migrei para outras áreas: flexografia e serigrafia. Um estágio voluntário em uma clicheria para aprender  o trabalho e depois um emprego em uma confecção de camisetas promocionais, onde aprendi gravação serigráfica - sistema que mudou pouco até agora. Fiz, como presente de aniversário para a dona da empresa, competidora de tiro,  uma caricatura estampada em uma camiseta. Ela disse que gostou (hehehe!).




Tempos de caserna

Trabalho com design - na época, desenho - desde 1979, oficialmente. Terminando o Ensino Médio, fazia charges para o já extinto e demolido Jornal "A Nação", dos Diários Associados.
No período de caserna (NPOR - Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva), um ano depois, fui ilustrador do jornal interno "O Estilhaço" (ainda à base do mimeógrafo).





Foi um bom começo, bem artesanal, em que até reproduzi, no olhômetro, uma metralhadora, para decorar o gabinete do comandante do pelotão de apoio. As ilustrações para o jornal vinham de situações vividas no dia-a-dia do Quartel e procuravam não poupar os colegas. Abaixo alguns roughs originais.